O filme Crash (2017), dirigido por David Cronenberg, é um retrato provocativo e realista das consequências desenfreadas do capitalismo e da busca obsessiva pelo poder a todo custo.

A trama se passa em um futuro não muito distante, onde um acidente de carro muda a vida de um grupo de pessoas ligadas diretamente ao mercado financeiro. Entre eles, está o personagem de James Spader, um investidor frio e calculista que acredita que tudo na vida pode ser comprado.

Ao longo do filme, nossa atenção é capturada pelo estilo perturbador e provocativo das cenas e diálogos, pelos quais nos deparamos com um retrato cru e incômodo da sociedade do século XXI, onde valores como ética, honestidade e empatia foram substituídos pela ganância e ambição desmedidas.

Através da personagem de Holly Hunter, uma vítima do acidente, somos confrontados com a triste realidade de como as relações humanas foram reduzidas a simples transações financeiras. Para ela, o dinheiro é a única forma de aliviar sua dor e tentar comprar a felicidade que perdeu.

Ainda assim, Crash não é apenas sobre a perda de valores, mas também sobre as consequências catastróficas que um mundo guiado pela ganância pode ter. A personagem de Deborah Kara Unger é um exemplo disso, uma vítima da tecnologia e das modas passageiras, que perdeu tudo o que tinha em função de suas escolhas equivocadas.

De forma crua e realista, o filme nos mostra a fragilidade do sistema financeiro e as consequências desastrosas que a busca pelo lucro fácil e rápido pode trazer à vida das pessoas. Através de personagens imersos em um mundo de opulência e excessos, o diretor Cronenberg cria uma metáfora perturbadora sobre a banalização da vida humana em uma sociedade capitalista.

Em suma, Crash é uma obra impactante que nos convida a questionar nossas crenças e valores em um mundo cada vez mais guiado pela busca obsessiva pelo dinheiro e pelo poder. Um filme que precisa ser visto para enxergarmos a realidade nua e crua que estamos vivendo.